domingo, 6 de novembro de 2011

DÚVIDAS


O mundo assim, estranho mundo.
Não o compreendo, nem ele a mim.
Vive a girar... e o que mais?!
Infelizmente nada mais!
É tanta gente sofrendo e sofrendo...
agonizando... Morrendo,
e morrendo acabou, a morte é o fim!
Tem quem diga o contrario,
não é o fim... Apenas o início,
de uma nova fase!
Mas, quem foi e voltou?
Ninguém que eu saiba
então como dizer que não é o fim?
Ah...  Já viram àquela luz,
bem lá no fim do túnel...
Mas isso é delírio, fuga, ilusão!
Esse acreditar a todo custo,
é um modo um tanto covarde,
de não ver essa verdade:
Um sorri tanto, é feliz a vida toda,
outro sofrendo vive!
Um tem longa vida,
o outro morre ao nascer.
Um tem tudo que deseja,
o outro nada, nem pra comer!
E a compensação?
TERÃO VIDA ETERNA!
Ou outra vida outra chance,
Falem comigo, por favor,
os que vivem eternamente,
jamais os ouvi.
E as lembranças de outra vida,
quem as tem?
Juro que queria acreditar...
E juro que não consigo!
E o pior é que queria morrer,
só para saciar minha dúvida.
Parece engraçado, mas é trágico,
eu sempre quis morrer,
mas as amarras me mantiveram aqui!
Foram as dúvidas que me prenderam.
Mas se depois da morte, tudo acabar?
Apagar-se tudo, continuarei a ignorar,
não mais existirei, a quem perguntar?
então  jamais eu saberei,
que depois da morte, não existe NADA!
Mas... E se houver algo?
E eu me queimar nas labaredas eternas,
Ouvindo choro e ranger de dentes.
Essa parte poderei conhecer,
tenho pecados suficientes.
Mas se acaso for para o céu?
Não creio que possa,
Serei barrada, com toda certeza.
Mas de qualquer forma,só assim,
poderia enfim saciar  minhas dúvidas.
E mesmo de fora eu gritaria insistentemente
ao todo poderoso:
Tu és mesmo um deus de amor?
Então por que tanta miséria?
Por que tanto descaso?
Por que tantas injustiças?
Por que tantas doenças?
Por que promovestes tantas guerras?
Por que criou Lúcifer?
Por que àquela maldita árvore?
Por que desprezou os legumes de Caim?
Por que afogou inocentes,
por uma falha sua?
Por que...?
Antes que terminassem
Meus bilhões de por quês,
um vento forte,
me sopraria aos quintos do inferno;
E a estrondosa voz me diria:
Apartai-vos de mim, ser inferior
eu nem te conheço.
Quem és tu criatura insignificante
pra duvidar do meu amor?

Joana Maria em 21/07/2000

3 comentários:

Anônimo disse...

Perfeição de texto!!! 👏👏👏👏

Anônimo disse...

Essa minha amiga arrasa!!

Anônimo disse...

Como sempre, um primor de escrita, texto muito coerente e lúcido!